quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Literatura Erótica

Pensando sobre Literatura... ERÓTICA...: (vou falar em uma linguagem bem popular... bem chula).
Desde os pré-socráticos até o mais conhecido artigo de Platão, “O Banquete”, entre os Antigos gregos que, embriagados de vinho, deleitavam-se uns aos outros ao olharem ao fundo de suas “ânforas” ilustradas com cenas eróticas que os faziam aflorar a imaginação.  passeando entre os sátiros que se deliciavam com as ninfas nos festivais de Baco, a Literatura não poderia ser a mesma... não poderia, mas aí veio o pudor e a moral judaico cristã, que aprisionou pensamentos, escravizou pessoas, reprimiu e oprimiu por conta de questões de gênero, colocou cadeados e tapou as bocas que antes estavam cheias de desejo, que buscavam conhecer o corpo que lhes pertenciam, tornou as mentes recatadas e acometidas de uma culpa que não há, de um pecado que existe mesmo antes de existirem.

Quando Nietsche aparece e diz, “Deus morreu, agora é a vez do homem, ou melhor, do super homem” é como um soco na boca dos economizadores de desejo alheio, fiscais das mentes e dos corpos alheios, não atendia aos anseios dos leitores das escrituras da época que buscavam viver em um mundo perfeito, pior que aquele “Mundo das Ideias” citado por Platão como referência aos  reles humanos, humanos esses que escreviam sobre política, sobre moral e ética enquanto compravam prazer nos prostíbulos suburbanos... enquanto vendiam os corpos de suas filhas, antes mesmo de sua menstruação... e a noite regeneravam-se nas igrejas onde se ajoelhavam diante de seu deus para mais a noite fazerem suas mulheres ajoelharem-se diante deles.
Os franceses foram além, transformaram em cenas de filmes quilo que a maioria já via no papel, aquilo que a maioria já sentia, aquilo que a maioria escondia de si mesmo... mercy, seu papel foi cumprido...
Nos dias atuais, o pudor e a ética continuam condenando, crucificando o desejo, o prazer e as sensações, mães que sussurram ao falar com suas amigas, pois estão perto dos filhos, mas tem o “pop” 50 Tons de Cinza como livro de estante, cômoda ou escrivaninha... as vezes o único livro... jovens (alguns) que leem ou assistem o Game of Thrones somente para ver o nudez, ignorando a riqueza de detalhes e de relações sociohistóricas contidas na obra. Sem contar as mais belas performances teatrais e poéticas que fogem desse caos moral social globalizado e normatizado... regrado...

A Ética da “Ética nenhuma com pudor total” permanece no nosso meio social contendo em detrimento de um “pseudo” bom senso, mesmo em meio a uma vasta literatura que poderia ser agraciada, lida e sentida com desejo... lida e sentida... talvez até escrita.
A literatura que não pode ser anárquica e isenta desses valores medievais não pode ser vista em sua essência, não é livre, não vale de nada... quem nunca leu os Antigos gregos não leu nada... criará estereótipos e julgamentos para uma das formas mais livres de expressão que é a Leitura/Escrita/Literatura... vai ter um tesão controlado, ou seja, uma meia foda poética e filosófica. Leia de tudo, escreva se quiser, se puder, mas sem pudor. Entende?!