Pensando sobre Literatura... ERÓTICA...: (vou falar em uma linguagem bem
popular... bem chula).
Desde os pré-socráticos até o mais conhecido artigo
de Platão, “O Banquete”, entre os Antigos gregos que, embriagados de vinho,
deleitavam-se uns aos outros ao olharem ao fundo de suas “ânforas” ilustradas
com cenas eróticas que os faziam aflorar a imaginação. passeando entre os sátiros que se deliciavam
com as ninfas nos festivais de Baco, a Literatura não poderia ser a mesma...
não poderia, mas aí veio o pudor e a moral judaico cristã, que aprisionou
pensamentos, escravizou pessoas, reprimiu e oprimiu por conta de questões de
gênero, colocou cadeados e tapou as bocas que antes estavam cheias de desejo,
que buscavam conhecer o corpo que lhes pertenciam, tornou as mentes recatadas e
acometidas de uma culpa que não há, de um pecado que existe mesmo antes de
existirem.
Quando Nietsche aparece e diz, “Deus morreu, agora
é a vez do homem, ou melhor, do super homem” é como um soco na boca dos
economizadores de desejo alheio, fiscais das mentes e dos corpos alheios, não
atendia aos anseios dos leitores das escrituras da época que buscavam viver em
um mundo perfeito, pior que aquele “Mundo das Ideias” citado por Platão como
referência aos reles humanos, humanos
esses que escreviam sobre política, sobre moral e ética enquanto compravam
prazer nos prostíbulos suburbanos... enquanto vendiam os corpos de suas filhas,
antes mesmo de sua menstruação... e a noite regeneravam-se nas igrejas onde se
ajoelhavam diante de seu deus para mais a noite fazerem suas mulheres
ajoelharem-se diante deles.
Os franceses foram além, transformaram em cenas de
filmes quilo que a maioria já via no papel, aquilo que a maioria já sentia,
aquilo que a maioria escondia de si mesmo... mercy, seu papel foi cumprido...
Nos dias atuais, o pudor e a ética continuam
condenando, crucificando o desejo, o prazer e as sensações, mães que sussurram
ao falar com suas amigas, pois estão perto dos filhos, mas tem o “pop” 50 Tons
de Cinza como livro de estante, cômoda ou escrivaninha... as vezes o único
livro... jovens (alguns) que leem ou assistem o Game of Thrones somente para
ver o nudez, ignorando a riqueza de detalhes e de relações sociohistóricas
contidas na obra. Sem contar as mais belas performances teatrais e poéticas que
fogem desse caos moral social globalizado e normatizado... regrado...
A Ética da “Ética nenhuma com pudor total”
permanece no nosso meio social contendo em detrimento de um “pseudo” bom senso,
mesmo em meio a uma vasta literatura que poderia ser agraciada, lida e sentida
com desejo... lida e sentida... talvez até escrita.
A literatura que não pode ser anárquica e isenta
desses valores medievais não pode ser vista em sua essência, não é livre, não
vale de nada... quem nunca leu os Antigos gregos não leu nada... criará
estereótipos e julgamentos para uma das formas mais livres de expressão que é a
Leitura/Escrita/Literatura... vai ter um tesão controlado, ou seja, uma meia
foda poética e filosófica. Leia de tudo, escreva se quiser, se puder, mas sem
pudor. Entende?!