terça-feira, 5 de julho de 2011

Santa História de Amaro

"Em um determinado momento, algumas pessoas pensaram, e acharam que, poderiam servir melhor a Deus (Jesus, ou seu pai, ou os dois juntos, sei lá rsrs...), se pudessem viver afastados da vida comum, morando em comunidade, para que seus pensamentos, suas ações e reações, fossem somente direcionadas as "coisas de Deus", e também, só fazia uns 200 anos aproximadamente que Constantino tinha liberado o culto ao cristianismo, ainda era cedo pra ficar gritando aos quatro cantos do mundo "Eu sou crisssstãããoo", pois o pessoal daquela época era um pouquinho intolerante com essas coisas, e os seus muiiiitos e diferentes e exuberantes deuses também, mas enfim, assim surgiram os primeiros mosteiros, sendo o primeiro fundado em 525 da era atual, por São Bento de Núrsia ( ...é aquele mesmo que dá o nome ao mosteiro que fica no centro de São Paulo, em estilo gótico, sinistrooo...).
Imagem de São Bento no Mosteiro que leva o seu nome em São Paulo - SP


Santo Plácido
Mosteiro de São Bento - SP
Órgão do Mosteiro de São Bento -
(Aos domingos pela manhã são rezadas missas em Latim -
o canto é o Gregoriano)
No ano 513 da era atual nascia em Roma, filho do Senador Romano Eutíquio, e de sua esposa Júlia (...mesmo nome da filha de Caio Julio Cesar...), Mauro, que ficou conhecido posteriormente como Amaro o Santo (...ou Santo amaro, como queiram, tanto faz...). Aos doze anos de idade Mauro foi levado por seu pai, atraídos pela fama crescente de São Bento, por seus diversos milagres. Mauro foi deixado ali para viver sob as regras do mosteiro, que resumíam-se em pobreza, castidade e obediência á Deus e aos seus superiores ( ...uma doutrina militar...).


Mauro rapidamente foi se destacando por ser exemplo de obediência, e outro fato o colocou também em destaque, foi quando, certo dia, um noviço chamado Plácido (que posteriormente também virou Santo Plácido, "haja espaço lá no céu, pra tanto santo".), foi buscar água no lago do convento, quando tropeçou e caiu, São Bento viu o acidente de sua cela, e mandou que Amaro socorresse o colega. Com uma obediência irredutível, Amaro, localizou o colega que se afogava, e se  atirou ao lago, e reza a lenda que, caminhou sobre as águas (...eu já ouvi essa história antes...), salvando a vida de Santo Plácido ( ...mas vem cá, Santo que salva outro Santo, sobe algum grau na hierarquia divina?!...).


Começa a caminhada para a santidade...


Em 528 da era atual, os monges negros como eram conhecidos, por vestirem um longo hábito preto deixaram a cidade rumo á Monte Cassino, para transformar um antigo templo de Apolo deus grego da beleza, da cura e da proteção, mas também era o deus da morte súbita, das pragas e das doenças ( ...viiixi, mesmo sendo representantes de deus, nunca é bom mexer com outro deus...).


Vinte anos depois seguiram para a Gália (atual região da França).
O monge era o Abade, isto é, o diretor do convento, chegaram ali muitos jovens, que desejavam viver sob as regras de São Bento, juntaram-se ali, cerca de 116 membros, e envolta dessas comunidades, haviam plantações, onde amaro orientava o uso racional de técnicas agrícolas (por isso é o Santo padroeiro dos agricultores), e foram numerosas as graças obtidas pelos peregrinos que lá iam rezar.


ATÉ QUE...


No ano de 584 houve uma epidemia no mosteiro , e restaram dos 116, apenas 25 membros (...será que Apolo teve alguma coisa com isso?...). Amaro agonizou por cerca de seis meses, e morreu no dia 15 de janeiro (data que se comemora a sua festa) do ano seguinte.


É um santo muito cultuado em Portugal, e foi um casal de portugueses, João Paes e Susana Rodrigues, quem doou a imagem do santo para ser venerada em uma capelinha na região, aqui no Brasil (.. bem pertinho de onde hoje é o Largo da Matriz) onde os índios chamavam de Ibirapuera (Ypi-ra-ouêra, que significa "pau podre" em língua Tupi.
Igreja Matriz - Largo Treze de Maio SP
(Ano de 1950)
Lateral da Igreja Matriz - Largo Treze de Maio - SP
(ano 2011)



A imagem veste um longo hábito preto com capuz, segura o báculo (um bastão com extremidade curva, usado por abades e bispos, simbolizando autoridade) em uma das mãos, e na outra mão o livro de regras de São Bento.


E assim nasceu  a Santo Amaro abençoada.


Imagem Original de Santo Amaro
(doada por João Paes e Suzana Rodrigues, que deu origem ao Bairro-Cidade em 1560)
Eliandro Verissimo.